Dólar abre em alta após Fed elevar os juros nos EUA

03/11/2022

Na volta do feriado de Dia de Finados, o dólar abriu em alta, com investidores repercutindo a decisão de política monetária do Federal Reserve, que elevou as taxas de juros nos EUA em 0,75 ponto percentual, a um patamar entre 3,75% e 4,00% ao ano, o maior nível desde 2008.

Às 09h20 desta quinta-feira (3), a moeda norte-americana registrava variação positiva de 1,32%, cotada a R$ 5,1862.

Na terça-feira, último pregão antes do feriado, o dólar caiu 2,55%, cotada a R$ 5,1654, após chegar a R$ 5,4095 no começo do pregão. Com o resultado, a moeda acumulou queda de 8,18% frente ao real.

O motivo para a desvalorização do real ante o dólar neste pregão vem do exterior. Na tarde desta quarta-feira (2), o FED elevou seus juros, conforme era amplamente esperado pelo mercado.

Em comunicado enviado pela instituições e coletiva de imprensa realizada pelo presidente do FED, Jerome Powell, o banco informou que os próximos meses devem contar com novas altas nos juros, mas em um ritmo menor. Entretanto, esses aumentos devem continuar por mais tempo do que era esperado, já que o FED enxerga "riscos em cortes prematuros", explicam analistas do BTG Pactual.

Com o período de elevação das taxas americanas mais longo, os títulos públicos do país, considerados os mais seguros do mundo, passam a entregar retornos mais atrativos para os investidores. Assim, o dinheiro que poderia ser investido em ativos de risco, como o real, migram para os títulos americanos, beneficiando a cotação do dólar frente outras moedas.

Os juros também subiram no reino UNido. Nesta manhã, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) elevou suas taxas, por decisão unânime, em 0,75 ponto percentual, a 3% ao ano, como forma de combate à inflação.

Ainda na Europa, a Eurostat informou hoje que o desemprego na zona do euro caiu de 6,7 para 6,6% setembro, menor nível desde o início da série histórica, em 1998.

o cenário interno, as atenções permanecem voltadas ao cenário pós-eleitoral. Os investidores seguem especulando sobre quem deve ser o ministro da Economia escolhido pelo presidente eleito LULA.

"O mercado gostaria com certeza de ter claridade sobre quem vai ser (o Ministro da Fazenda). Até porque a escolha do ministro por si só já é uma sinalização importante de que o que quer que venha a substituir o teto de gastos possa ser razoavelmente crível e sustentável", disse à Reuters o economista-chefe do Banco Modal, Felipe Sichel.

Ajudam a tranquilizar os mercados os recentes acenos de LULA em relação à responsabilidade fiscal, com o petista dizendo que isso faz parte de sua agenda, disse Marcos Weigt, chefe de tesouraria do Grupo Travelex Confidence, bem como a eleição, no primeiro turno, de um Congresso moderado e alinhado a pautas liberais.

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